Em RELÓGIOS DE AREAIS, aproveita-se a ressonância bíblica da parábola de Jonas e a baleira, a dramaturga desencadeia um rico processo de associações entre o ato de engolir, antropofágico, e o desdobramento corporal do estivador no acidente de trabalho, a devoração dos filhos por figuras míticas como Cronos. (...) Os sentidos inesperados que as analogias produzem desembocam no fechamento do ciclo com final beckettiano, que “termina no começo”. Jonas da Silva é a mula do narcotráfico que deveria carregar cocaína no estômago, mas engoliu cápsulas de sal. (resumo adaptado do Prefácio da Revista A[L]BERTO, escrito pela Profa. Dra. Silvia Fernandes.